11.20.2007

indecentes, são indecentes

isto anda a roçar a indecência, anda. a miúda é linda e está mais crescida, mas ninguém se dignou a noticiar o aniversário. indecentes.

muitos parabéns, meu amor, minha carininha mais linda, alentejaninha querida do meu coração.



(para além de ingratas, ainda fazemos a miúda passar vergonhas no restaurante. não todas, sejamos sinceras, mas - e por mim - a teresa não janta mais connosco, que isso de repôr o que se consome parece-me extremamente indelicado e, vá, nojento)

11.04.2007

tipologias

Aos 27 dias do mês de Agosto do ano de 2007, na bela localidade de Santo Antão do Tojal (o Grande), dou início à tese sugerida lá para os lados de Sesimbra, a propósito duma colectânea de pérolas que andam perdidas por este mundo.


"A tua mãe deve ser uma ostra para ter cuspido uma pérola como tu"


Mães ostras – e antes que me entusiasme a dissertar sobre as vossas crias -, um obrigada por terem trazido ao mundo jóias como os vossos primogénitos. Estátuas nas praças, é o que merecem – isso e a esterilização.

Senti-me obrigada a fazer alguma coisa quando, há pouco, recebi um filme porno vindo das mãos de uns espanholitos amistosos e bonitos que encontrámos pelo bairro, e aos quais, depois de demonstrações de lesbiandade, pedi que me ajudassem a constituir família (ter uma prole, criançada vá). É assustador ver que engenheiros bonitos, capazes de sussurrar o genial engate do “si a ti te gusta a mi me encanta”, que nos oferecem pins ou nos passeiam às cavalitas, no meio de fotografias de professorinhas e tentativas de imitação de trissómicos, enviam a miúdas pequenas e inocentes, filmes que tanto têm de caseiros como de ordinários.

Tipo 1: O Espanhol Sonso. Por sonso e por bairro, vou proceder a uma alteração. Tipo 1: O Sonso. a) O Espanhol; b) O Australiano. Pérolas, senhor. São pérolas que nascem naquelas ruas. Estas amélias, armadas em espertas, saltaram da terra dos cangurus para cá, fazendo surf por essas praias e dormitando nas ruas – e até nos parques onde punham (hipoteticamente) o rabinho a render – enquanto praguejavam aos ventos e às meninas, num português primitivo, um “vamos nadar até à lua”, tentando amolecer os corações femininos da Tugalia.

Tipo 2: o Professorinho. Manda sms em quantidades de adolescente, fala do período, da pílula e de tampões como se duma donzela se tratasse, tem dramas amorosos e é conselheiro sentimental. Devido ao convívio em demasia com senhoras histéricas, é um ser estranho, em certo modo incompreensível e, por isso mesmo, ainda em análise.

Tipo 3: o bipolar. Criatura de extremos, cujas amizades – vulgo relacionamentos – são apenas com crianças pequenas ou com respeitáveis senhoras (cof), trabalhadoras da noite escura, com idade para serem minhas mamãs, amantes dos animais e com muito amor para dar. Famílias de acolhimento, conhecem o conceito?

Tipo 4: O Polaquinho. Criatura grande e bonita, loira, de olhos claros. Amável, prestável e todas as coisas boas existentes neste mundo. O que oferece bolinhos, frutas, chocolates, livros, o ombro, o colo, as cavalitas. Amor e carinho. O que leva miúdas histéricas dum país distante a passear, mostrando-lhes rios e cabanas junto a praias em lindos passeios de barco, subindo montanhas para dar a conhecer cruzes misturadas com o melhor pôr-do-sol. O que nos mata do coração. Só não morremos de paixão por ser doce demais – e isso a nós, lambisgóias, faz-nos mal aos dentes.

Tipo 5: o chulo. A camisinha aberta e o caracolinho sexy fazem-se acompanhar pelo sempre presente olhar de “anda cá que o pai unta-te”. Fala pouco, prefere observar. É um especialista em padrões de tecido, conhecendo as moças pelo biquini – que os nomes não interessam para nada. Aborda as meninas com charme, querendo saber qual a opinião delas acerca da sua pessoa. O chulo de hoje já não é como o de antigamente. Estuda em Lisboa, arrendando ainda os quartos da sua casa aos amigos, pondo à sua disposição meninas lindas e airosas que prestam serviços à comunidade.

Tipo 6: o Nélso. Nélso, Nélson, Nélsõ e todas as variantes existentes e possíveis de ser chamadas a estas pérolas. O Nélso é um gajo "bueda cool" que, usualmente, tem uma dama basofe e um grupo de amigos lá do bairro. Usa boné que, infelizmente, tapa os rendilhados que rapou na nuca ilustrando, por exemplo a inicial da dama ou do Cristiano Ronaldo. Usa terços, brincos de ouro ou brilhantes e meias brancas por cima das calças - preferencialemente só dum lado. Fala criolo e ouve kizomba e funana nas colunas do seu tunning altamente kitado. Pode ou não ter mota, mas tem que ter um cãozinho para ir à luta (dos mais feios e com as orelhinhas cortadas). O Nélso chama mano até ao cão e dama a todas as garinas, mesmo à própria mãe.


(há-de continuar, um dia destes. por agora fica este bocadinho escrito há tanto tempo e perdido por aqui. um abraço e um queijo da serra)