2.12.2008

um ano

um ano. cheio de borboletas na barriga e do tremer do meu joelho nervoso, de sorrisos e lagrimas e aventuras. as maiores aventuras.
um ano que passou tao depressa que eu nao reparei sequer. voou, como eu voei ha um ano.
um ano, 300 e muitos dias e os 5 meses que começaram a 11 de fevereiro, como hoje (ontem, va).
consigo sentir outra vez o joelho que treme sempre, o coraçao que bate ansioso. os quilos de lembranças a pesarem nas costas, as roupas quentes demais para Lisboa, as mil listas feitas e refeitas com todos os utensilios absolutamente dispensaveis.
consigo rever os nossos sorrisos de entusiasmo, as lagrimas de quem ficou e os olhares de preocupaçao pela emancipaçao das miudas.
as maes, os pais e os cheques da bagagem em excesso. todas as alminhas que quiseram dar um beijinho ou um cubo cheio de fotografias para que nao nos esquecessemos. nao nos esquecemos nunca.
a primeira noite e os graus negativos no aeroporto da cupula de mercado, acompanhados de cappuccinos e noticias da radio polaca sobre o referendo do aborto na nossa Portugalia. ou a manha seguinte na estaçao mais tenebrosa, cheia de lagrimas e medos. a chegada ansiada, Lublin, a neve por todo o lado e o nosso Ikar.
o novo estatuto de emigrante na Polonia, que tantas gargalhadas nos fez soltar. as maes que, afinal, nao foram a Praça da alegria mandar beijinhos as meninas emigradas la longe. as recomendaçoes que enchiam telefonemas diarios e a comida que chegava, as vezes, em encomendas deliciosas. e o programa, de facto nao o viamos, mas trauteavamos a musica foleira vezes sem conta pelas ruas do fim do mundo. essa e outras. tantas.
o Splunks e o Peixinho Dourado, o duche e a sanitinha nojenta, o melhor armario e o papel esponja para os brincos. as teses elaboradas, as correrias no corredor, as conversas ao contrario e o sol a entrar-nos no quarto de madrugada.
as miudas e os miudos e toda a gente de quem tenho saudades. e tudo o mais que nao consigo descrever. ou transcrever.
muitas saudades.

2 comentários:

Turma 1.º B disse...

tenho saudades nonas. e tu sabes. eu gosto de ti e de correr atras de ti para te agarrar essas bochechas e te dar beijinhos. gosto mesmo. (desculpa)

Anónimo disse...

meu amor, só hoje, dois meses depois, vi este teu post, este teu blog. revejo-me em tudo o que dizes e ainda não voltei. não quero voltar. mas também não quero ficar para sempre. só mais um bocadinho, só mais 5 minutos... esta experiência trouxe-me mais coisas do que podia imaginar e o saber que, mesmo estando aqui a ganhar tanta coisa, não invalida que vos mantenha a todos tem sido a melhor aprendizagem. tremeram-me os joelhos, vieram as borboletas e o coração acelerou. ainda hoje, dois meses depois, me tremem os joelhos, me envadem borboletas, me acelera o coração. porque é assim que tenho vivido isto e, francamente, é assim que quero passar a viver aí. mudei, quero mudar ainda mais, quero ver-vos, mas não os quero deixar. nunca. odeio separações, odeio não poder manter-me ligada a todos para sempre, odeio a prespectiva de perder pessoas. não perdi daí, espero não vir a perder daqui. sei que o que acontecer, tu estarás aí com vivências semelhantes e que poderemos, no próximo ano, chorar as duas sobre o nosso erasmus, durante o jantar.
quero tanto mais, não posso acreditar na oportunidade que tive, e não deixo de agradecer por a ter agarrado e a estar a viver tão plenamente. a ti, um beijinho de saudade